Maldita floresta

by - 13 julho


Depois de tantos anos continuo me sentando na varanda, que está caindo aos pedaços, para ver o sol descendo pelas colinas, que trazem a escuridão que há em cada entranha daquela floresta que cobre aqueles amontoados de terra que fazem as enormes colinas.
Aquelas malditas terras que parecem saber que me assombram, com todos aquelas fantasmas do passado que sempre me rodeiam, desde o momento que abro os olhos pela manhã até quando, exaustado, paro de brigar com eles em minha perturbada mente.
Por muitas vezes, poderia jurar que aquela maldita floresta me encara, pois, quando à olho é como se lá dentro, bem no meio de seus labirintos, algo me chamasse, como se meus fantasmas resolvessem gritar todos juntos para que eu marchasse para dentro daquele emaranhado de solidão tumultuada.
Em algumas noites, quando deixo a agonizante curiosidade falar mais alto que o medo covarde que vive em mim, sentado aqui choro, grito e discuto dizendo a mim que deveria enfrentar essa maldita eu não entendo como a polícia pode dizer que essa questão está resolvida. Essa questão não estará resolvida tão cedo, pois essa maldita floresta me roubou tudo o que eu tinha, tudo o que eu mais precisava, tudo o que tinha valor nessa atormentada vida.
A única coisa que não me deixou, se é que eu posso falar isso, foi o maldito rum que carrego comigo, que as vezes acaba e preciso achar mais, posso ver alguns jovens que devem ter a idade que eu tinha quando tudo isso começou, dizendo coisas do tipo “olha aquele velho maluco que mora no pé da floresta morta”. Se eles soubessem que eu vivo lá por que ainda espero minha querida Rose não falariam assim, eu sei que o tempo passo e isso têm quarenta anos, mas Rose disse que voltaria para os meus braços algum dia.

Ainda me lembro de seus cabelos laranja avermelhado, tão longos que voavam com a brisa de seu sorriso, de seu vestido azul céu que à deixava ainda mais reluzente correndo mata à dentro, fugindo de seu pai furioso, suas últimas palavras à mim foram: “voltarei logo para então fugirmos, tomar banho nas águas frias do mar do pacifico, meu bem, eu te amo!” então nunca mas, minha amada Rose, voltou desses malditos labirintos, mas eu ficarei aqui até ela retornar pois eu prometi que à esperaria e que realizaria seu sonho de menina.

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