Conflitos restritos
Quantas vezes você estava caminhando e de repente parou e sentiu o vento, escutou pessoas conversando e rindo, carros, motos e ônibus indo e vindo, grilos cantando se misturando com buzinas e estardalhaços olhou à cima e quis juntar-se as estrelas.
Sentiu que onde estava não lhe preenchia que
necessitava correr o mais longe, ter a sensação de liberdade, vento úmido congelando
os pulmões e rosto, coração tão cheio de adrenalina, que parece mar em
tempestade.
Um vazio sem explicação uma vontade de chorar até soluçar,
ganhar um abraço sem fim, um colo e cafuné, quantas vezes você precisou ir para
saber que precisava ter ficado ou quantas ficou querendo ter ido.
Quantos debates sem fim já se passaram em apenas
um passo e quantas escolhas foram tomadas antes de chegar à próxima esquina e
quantas memórias foram esquecidas de verdade e quantas você se lembra na
caminhada de volta pra casa sobre as estrelas e ainda quantas se esforça para
afastar todos os dias pela manhã antes do café.
Hoje, amanhã, quando for passar por uma pessoa,
seja quem for, deseja uma boa noite, um bom dia, não se sabe quantos conflitos
ela está tendo hoje ou quantos ainda vão lhe abater até que ela possa se
deitar.
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